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Com quase 1 milhão de seguidores no Tik Tok, auxiliar de médico-legista conquista público falando sobre a profissão

Aline Kardauke atua na Polícia Científica de Chapecó, realizando trabalhos em toda a região Oeste de SC

Com quase 1 milhão de seguidores no Tik Tok, auxiliar de médico-legista conquista público falando sobre a profissão
Foto: Arquivo pessoal

Um trabalho que exige habilidade, profissionalismo e, acima de tudo, coragem. Trabalhar no Instituto Médico Legal (IML) é um grande desafio, onde diariamente se presencia coisas bastante tristes e que, muitas vezes, são difíceis de esquecer.

Dentro da sala do IML - o chamado necrotério - se realiza o exame de necrópsia, também conhecido como autópsia, que nada mais é do que a investigação da causa da morte de uma pessoa.

Outra etapa bem importante do trabalho que envolve o dia a dia do auxiliar médico legal, é ter que buscar os corpos das vítimas onde quer que estejam e em situações bem perturbadoras. É nesse ponto que a auxiliar de médico-legal, Aline Kardauke, de Chapecó, mais foca na hora de dividir um pouco da rotina exaustiva e cheia de adrenalina, com os mais de 780 mil seguidores entre as rede sociais  Tik Tok e Instagram. Em meio ao trabalho corajoso, há pessoas curiosas em saber como tudo funciona e entender cada função executada.

Mesmo estando sempre de bom-humor nos vídeos que posta na internet, ninguém imagina como difícil deve ser o trabalho dela por trás das telas do celular. As funções que Aline realiza dentro da Polícia Científica consistem em buscar os corpos das vítimas em qualquer lugar da região Oeste de Santa Catarina, além de realizar a necropsia junto com o médico legista, preencher documentos necessários, limpar instrumentos e sala de trabalho, e o mais importante: fazer o reconhecimento da vítima, entre outras funções que também são essenciais na profissão.

Por conta disso, a profissional descreve o trabalho que desenvolve como "várias profissões em uma só", até porque, além de colocar a mão na massa e ter que participar de todo o processo dentro do IML, Aline Kardauke também é motorista e dirige o famoso “rabecão” da Polícia Científica, que chama a atenção por onde passa.

“Ao mesmo tempo em que eu vejo as coisas mais ruins da sociedade, eu, por outro lado, aprendo demais. Aprendo a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser. Quem convive distante da morte acaba não dando tanto valor pra vida às vezes, e a gente que convide todo dia, olha tudo por outro ponto de vista”, comenta.

Como chegou na profissão

Aline tem 32 anos e é natural de Blumenau, no Vale do Itajaí. Após finalizar o ensino médio em 2009, ela entrou em um curso técnico de radiologia, descobrindo dentro dele a radiologia forense, que está ligada à área criminal e utiliza métodos científicos para solucionar crimes. Foi através destas aulas que ela acabou se interessando pela área, chegando a desenvolver seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre o assunto, após uma visita ao IML de Florianópolis.

Um tempo depois, um concurso da Polícia Científica – na época chamada de IGP – abriu os olhos de Aline para uma vaga. Como já havia estudado muito sobre anatomia e se aprofundado bastante no tema, conseguiu ser aprovada e ingressou no IML em 2014.

Para Aline, o emprego é dos sonhos, mas nem sempre as coisas caminham às mil maravilhas, pois convive com a morte todos os dias e isso acaba a afetando de alguma forma.

“Tem dias que a questão psicológica pesa, outros a questão física, afinal não é simples carregar um corpo dentro de mata fechada”, desabafa.

Caso marcante

Entre os casos que mais marcaram Aline até agora, em todos estes quase 10 anos de profissão no IML, um em especial mudou completamente a visão dela diante das situações vividas. Há quase dois anos, um jovem invadiu uma creche no município de Saudades, também no Oeste catarinense, e fez cinco vítimas, entre elas, três bebês, todos com 1 ano de vida.

Nesse dia trágico, Aline e os colegas de trabalho precisaram encontrar forças de onde não tinham para concluir o doloroso trabalho de recolher os corpos das vítimas na escola e encaminhar para o necrotério de Chapecó.

Segundo ela, que já recebia atendimento psicológico na época, as terapias acabaram aumentando e foi a primeira vez que ela levou um caso de IML até a sala de uma psicóloga.

“Aquele caso me marcou muito. O local foi muito inesquecível porque é um local que mesmo você imaginando a pior cena de crime, tu não ia imaginar uma creche cheia de mamadeira, de bico e de coisas fofas”.

A cena que nunca vai sair da mente de Aline foi apenas umas das coisas marcantes daquele dia. Conforme ela, uma parte bastante dolorosa também foi conversar com as familiares e fazer a liberação dos corpos para pais tão jovens.

“Foi bem complicado, mas a gente precisa ressurgir das cinzas e dar o nosso melhor”, ressalta.

Uma profissão que gera curiosidade

Os números de engajamento das redes sociais de Aline crescem a cada dia. Isso porque, além de ser dedicada no trabalho que presta, a profissional faz questão de dividir com os quase 1 milhão de seguidores que conquistou nas redes sociais nos últimos anos, tudo sobre o trabalho e dúvidas que as pessoas têm sobre essa profissão tão pouco falada.

Um dos motivos que também fizeram Aline gravar vídeos no Tik Tok – sua conta com mais seguidores no momento – foi por conta do baixíssimo efetivo na profissão, já que, antes do concurso em que ela se inscreveu e passou, faziam 12 anos que ninguém participava.

“A ideia inicial era de atingir as pessoas que fossem prestar o concurso para Santa Catarina, mas acabou tomando essa proporção depois. Eu quis mostrar a realidade para tentar chegar em mais pessoas, pra que houvesse menos desistências. Isso para que as pessoas entrassem já sabendo o que iam fazer e depois se tornasse uma surpresa e pedisse pra desistir”.

Quando os vídeos começaram a dar resultado e passaram a trazer mais seguidores para a conta, Aline ficou impressionada com os números. Mesmo ainda não conseguindo dedicar muito tempo para as redes sociais por conta do trabalho que desenvolve, Aline se sente agradecida por poder dividir o conhecimento que adquiriu, com todas as pessoas que a admiram de alguma forma.

“Sou muito grata ao universo por ajudar as pessoas de alguma forma e a forma que eu posso é por vídeo, explicando um pouco do meu trabalho”.

Hoje, o vídeo com maior audiência dentro da conta de Tik Tok de Aline é um vídeo com pouco mais de 2 minutos, que leva como título “arrume-se comigo versão necropsia”. Nele, Aline mostra por completo os IPIs que precisa utilizar para realizar o trabalho dentro do IML.

Sem muita expectativa de que aquele conteúdo iria viralizar, hoje Aline fica impressionada com tamanha repercussão na plataforma. Outros vídeos falando sobre “entomologia forense”, “óbitos de mulheres grávidas”, e “coleta de digitais”, também passam de um milhão de visualizações.

 

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